segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Report STP #2

Aqui estou novamente para a continuação:

O Ilhéu das Rolas, que posso dizer, é o paraíso à face da terra, sentia-me um Robinson Crusoe (mas sem a parte dos canibais e nativos pouco amistosos), é um sítio lindo em que a paisagem ainda se encontra em estado bruto, palmeiras que nascem nas encostas rochosas, água quente, praias desertas, o mais impressionante era que chegou uma altura em que estávamos apenas cerca de doze pessoas no hotel e apesar de estarmos num ilhéu, só nos encontrávamos à hora do jantar, durante o dia cada um escolhia um percurso diferente e parecia que éramos os donos do ilhéu, para mim isso é um luxo não ter aquela sensação de massificação, o único barulho eram as ondas do mar e o maior perigo era cair-nos um coco na cabeça.

A atracção mais conhecida no ilhéu é o marco do Equador que foi erigido em homenagem ao Almirante gago Coutinho, que indica a linha imaginária do Equador em que separa o hemisfério norte do sul e tem a latitude 0º, lá fiz a foto da praxe com os dois pézitos em cada hemisfério, é sítio de paragem obrigatória e foi logo a primeira visita de sábado logo bem cedo depois passámos o resto da manhã na praia mais bonita do ilhéu que é a praia Café, e que fica muito perto do hotel, porque a praia mesmo em frente ao hotel é muito rochosa, a praia Café é cheia de árvores que proporcionam sombras magníficas, a água de um azul lindo, foi uma manhã bem passada, da parte da tarde fomos para outra praia que formava uma lagoa, como podem ver era uma canseira, nos outros dias fizemos mais uns passeios pelo ilhéu e conhecemos outras praias como a da Bateria, Pesqueira, santo António e mais umas quantas, além da beleza das árvores e plantas que íamos pelo caminho, nesses passeios fomos sempre acompanhados por dois adolescentes que vivem na comunidade existente no ilhéu e sem pedirem nada em troca apenas pela alegria de nos mostrarem o ilhéu, sempre que passávamos junto da comunidade lá iam eles connosco e só vos posso dizer que foram uma grande ajuda pois os caminhos parecem todos iguais, a vegetação em certos sítios é tão densa que acho que nos tínhamos perdido, obrigada Artur e João!


                                          O caminho para o pequeno-almoço

                                          Vista do marco do Equador

                                          O famoso marco

                                          Praia Café

                                          Os caminhos do Ilhéu

                                          lagoa onde passámos um bom final de tarde

                                          Aqui parecia um cemitério de cocos, eram às centenas

                                          Quando começava a escurecer

                                          Praia onde costumam desovar as tartarugas

                                          Em contemplação

                                          Praia da Bateria

                                                   

                                          Eu bem vos disse que corria perigo

                                          A ver os peixes que ao final do dia andavam à beira

E os dias passavam-se assim por entre estas belezas naturais, como escurecia por volta das 17:30, mas mesmo noite cerrada então por volta dessa hora e com o calor que se fazia sentir, nada melhor que refrescar o espírito e o corpo com um belo de um gin tónico, então todo o santo dia lá íamos nós cumprir o ritual, mas não pensem que era apenas por prazer os fins também eram medicinais, diz-se que a água tónica tem muito quinino e este ajuda no combate à malária, então prevenidos como somos lá bebíamos, mas como água tónica sozinha não tem muito jeito lá pedíamos para acrescentarem gin, assim fica muito mais divertido!

Continua...


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Report STP #1

Já cheguei à uma semana de São Tomé, mas não tenho tido tempo para vos relatar a minha viagem, a ver se é desta que começo, então aqui vai:

Nunca tinha estado em África e apesar de ouvir relatos apaixonados de essas paragens de outras pessoas que já tinham tido essa experiência, nunca imaginei que realmente era uma experiência inesquecível, a começar pela saída do avião e sentir aquele bafo quente que nos envolve e nos faz colar a roupa ao corpo, o próprio aeroporto que é indescritível, a única pista que existe não tem luz daí os voos só poderem ser efectuados durante o dia, a espera para mostrarmos o passaporte que demora uma eternidade principalmente para quem está ansiosa de iniciar a viagem, à saída do aeroporto a confusão de pessoas muitas para nos venderem excursões, artesanato e outras apenas para nos verem como se fôssemos da família delas, cada avião (os poucos semanais) que chega é uma alegria para a população e fazem questão de nos transmitir isso, a confusão de carros, táxis, passeios de terra batida, barulho, faz-nos lembrar que chegámos a África e não vale a pena irmos com manias de europeu e querermos tudo muito depressa e organizado porque chegámos à maravilhosa terra do Leve-Leve que é uma expressão que se tornou lema nacional, e quer dizer fazer tudo com calma, que saudades!
Passado este tempo inicial tínhamos o transfer à nossa espera, pois os primeiros dias iam ser passados no Ilhéu das Rolas, que dista 60 Km da Capital São Tomé, este caminho é feito pela única estrada que liga a Capital ao sul da Ilha e demora aproximadamente duas horas a ser feita, tal é a qualidade da estrada, apesar de nos terem dito que agora já está em condições muitos solavancos demos pelo caminho, mas a paisagem que parece um quadro pintado de verde é maravilhosa, palmeiras, coqueiros, bananeiras de inúmeras qualidades, papaias, e outras tantas que nos deixam arrebatados, praias desertas, e passamos pelas pequenas comunidades em que as mulheres lavam as roupas nos rios, e estendem a mesma à beira da estrada, animais à solta desde porcos, galinhas, vacas, cães, aí choca um bocado ver como as pessoas vivem em pleno século XXI não devia ser permitido existirem assim condições tão más, as casas são de madeira básicas assentes em estacas para ficarem altas devido à grande percentagem de humidade que se faz sentir, muitas crianças que ao nos verem passar pedem doce-doce, tudo isto nos faz lembrar que estamos num dos países mais pobres do mundo e nunca mais vamos ser os mesmos.
Passadas as duas horas chegamos a Ponta Baleia onde se situa o cais em que apanhamos o barco para chegar ao ilhéu, enquanto esperávamos que chegasse o barco foram chegando pessoas especialmente jovens e crianças que vivem ali perto e metem conversa connosco, os São Tomenses são naturalmente simpáticos, afáveis é impossível não se gostar daquele povo, aí confesso que me caíram umas lágrimas ao ver aquelas crianças tão de perto e ao sentir as suas necessidades, pediram doce mas eu tinha tudo dentro da mala de viagem, então prometi que no regresso lhes daria, era uma promessa que seria cumprida pois as crianças estão lá sempre, a viagem de barco demora aproximadamente 20 minutos e ao chegarmos ao Ilhéu das Rolas juro que vislumbrei o paraíso, tinha chegado apenas à duas horas e já estava rendida por aquele país.


                                          As casas que se vêm pelo caminho


                                          Vista de uma praia e mulheres a lavar roupa



                                          A vida nas comunidades


                                          A vida nas comunidades


                                          Primeira vista do Ilhéu das Rolas

                                          O paraíso

                                          Pôr do Sol


E assim foram as vistas do primeiro dia, mas há muito mais, depois de chegados ao Ilhéu das Rolas, fomos dar um mergulho nas águas mornas e assistimos ao magnífico pôr do sol, depois acabei por adormecer com as ondas do mar como som de fundo, é que estava com uma directa uma cima, o voo saía de Lisboa à 00:40 h, atrasou-se aproximadamente 2 horas, no avião não preguei olho pois não sou capaz de dormir em viagens, o voo demora aproximadamente 6 horas, chegados a S. Tomé foi mais duas horas de autocarro, mais barco, então ao final do dia adormeci numa espreguiçadeira, que sono tão bom!!!!
Através destas fotografias não vos consigo transmitir a beleza e o ambiente que se vive por lá, é um sítio maravilhoso, o calor, os sons, cheiros, ai que saudades!

Continua...


domingo, 2 de setembro de 2012

Leve-Leve

Aqui estou eu novamente, pelo menos fisicamente já que a minha mente ainda está em São Tomé, adorei foi uma viagem que me marcou principalmente pelas gentes da ilha e as suas vidas, é impossível ficar-se indiferente, ainda estou com o espírito São Tomense como eles dizem Leve-Leve que exprime a calma tão característica do povo, entretanto vou organizar as minhas fotos e pregar-vos uma seca de todo o tamanho.